Este blog é para divulgar tudo o que está sendo feito em Itajobi - SP, com relação a preservação do Meio Ambiente. Conheça o trabalho, atualize-se, dê sua opinião ou denuncie algum ato de desrespeito à natureza!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Seminário GIREM 2014

Itajobi esteve presente no Seminário que encerra as atividades do Projeto GIREM em Lins. 
O Projeto de Apoio à Gestão Municipal de Resíduos Sólidos (Girem), desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), promoveu oficinas regionais de capacitação aos municípios paulistas de pequeno porte (com até 100 mil habitantes), que não estão inseridos em regiões metropolitanas, para a elaboração dos PMGIRS (Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos). As capacitações foram ministradas por profissionais da SMA e Cetesb e totalizaram 50 eventos: 15 Encontros Regionais, realizados em 2012; 20 Oficinas Regionais, realizadas entre maio e agosto de 2013; e 15 Seminários Regionais, previstos para 2014. 
A gestão dos resíduos sólidos corresponde a uma preocupação consagrada no estado de São Paulo, refletida pela Lei estadual 12.300/2006, que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Pers). O estado objetiva, portanto, com esse Projeto GIREM, tornar a gestão dos resíduos sólidos mais eficiente em seu território, por meio da atuação conjunta entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SMA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Itajobi já tem seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aprovado através da Lei Municipal nº 964 de 19 setembro de 2013, sendo que os treinamentos oferecidos pela Secretaria de Meio Ambiente foram de extrema importância para a finalização do documento.
No evento foram distribuídos os exemplares da Publicação sobre as ações adotadas pelos municípios para proteção das águas, conforme já postado no blog.








terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Secretaria Estadual do Meio Ambiente divulga boas práticas para proteção das águas.

A água é um recurso natural essencial à vida. O crescimento populacional, o desperdício e a falta de manejo adequado para esse recurso podem levar à sua escassez e a situações de crise. Nos dias atuais, a gestão sustentável da água é um desafio que se torna cada vez maior.

Visando estimular os municípios a adotarem estratégias de manejo sustentável da água, a Secretaria do Meio Ambiente, por intermédio do Pacto das Águas, vinculado à Coordenadoria de Planejamento Ambiental – CPLA, selecionou 27 experiências bem-sucedidas relacionadas à proteção das águas em 24 municípios paulistas. Essas experiências foram escolhidas entre diversas outras encaminhadas por 92 municípios participantes e compiladas na publicação “Ações municipais para proteção das águas no estado de São Paulo”.
Itajobi está presente nesta Edição com o Projeto "Bacia Hidrográfica: Um Instrumento na Educação". Todos os projetos estão detalhados e a publicação pode ser baixada gratuitamente no link abaixohttp://bit.ly/1c0Lax5



Artigo Água Seca - Xico Graziano

Prepare-se: vai faltar água na torneira. A situação é extremamente crítica. Em pleno verão, época de abundantes chuvas, os reservatórios estão minguados. Na agricultura, o forte calor associado às baixas precipitações estorrica as lavouras. Anda em busca de explicações o inusitado fenômeno climático.
Prato cheio para o catastrofismo ecológico. Estrilam sua voz os que apregoam o fim do mundo pela nefasta ação do homem sobre o meio ambiente. Na teoria das mudanças climáticas, o efeito antrópico sobrepõe-se às causas naturais. E uma de suas consequências, nessa questão hídrica, seria a maior variabilidade na lavanderia de São Pedro: épocas muito chuvosas se alternariam com outras muito secas, no mesmo local. Tempo maluco.
Em decorrência do aquecimento global, causado pelo acúmulo de CO2 na atmosfera, haveria também um deslocamento das zonas úmidas. No caso brasileiro, por exemplo, supõe-se que até o final deste século a floresta amazônica se transforme numa savana, um bioma árido semelhante ao cerrado do Centro-Oeste. Nesta região, inversamente, passaria a chover mais. Vai saber.
Há quem, observando as margens dos mananciais, jogue toda a culpa da falta d'água na supressão das matas ciliares, aquelas que protegem as beiradas dos rios, córregos e nascentes. É exagero, mas a questão existe. Houve, nos campos e nas cidades, uma ocupação desordenada dessas áreas ribeirinhas, prejudicando os recursos hídricos. Pelo interior afora se contam inúmeras minas d'água que tristemente secaram por causa do intenso desmatamento.
Hoje em dia, porém, a situação está melhorando. Aqui, no Estado de São Paulo, o desmatamento cresceu até os anos 1990, verificando-se um processo de recuperação ambiental desde então. Dados do Inventário Florestal indicam que a vegetação natural cobre atualmente uma área de 4,3 milhões de hectares, correspondente a 17,5% do território paulista. Antes eram 13,9%. Maior conscientização somada à repressão policial trocou a página da supressão vegetal, abrindo a da regeneração florestal. Com ajuda das áreas canavieiras, formam-se corredores de biodiversidade serpenteando os cursos d'água no campo. Fauna e flora agradecem.
Pode ser que as mudanças climáticas e a ocupação humana estejam afetando o regime de chuvas. Seca, porém, não é privilégio contemporâneo. Na História da humanidade verificam-se terríveis períodos com pronunciada falta d'água. Sua repetida ocorrência é arrolada por Jared Diamond entre as explicações do colapso da civilização maia. Somados à exploração exaustiva dos recursos naturais na península mexicana de Yucatán, longos períodos de severa estiagem explicam a derrocada de Tikal, por volta de 600 d.C. Era apenas o começo da desgraça. Todo o povo maia acabou terrivelmente afetado por uma grande seca iniciada em 760, cujo auge se deu 40 anos mais tarde. Uma década depois, em 810, seguidos anos com pouquíssima chuva aniquilaram essa agricultura pré-colombiana. Ferozes reis guerreavam buscando alimento e água. Até que, a partir de 910, uma seca de seis anos seguidos arrematou a tragédia.
Falar em seca aqui, no Brasil, lembra o Nordeste. Vem de longe o recorrente problema. O primeiro relato da falta de chuvas na região é de 1583, descrito pelo padre Fernão Cardim, então apiedado pelo sofrimento dos índios do sertão. Quase dois séculos depois, entre 1877 e 1879, parte importante dos moradores de Fortaleza pereceu em devastadora seca que afetou especialmente o Ceará. De tempos em tempos o nordestino padece no tórrido chão. Há dois anos, metade do gado bovino morreu no semiárido, durante a maior seca dos últimos 50 anos.
Os eventos históricos mostram, à farta, que muito antes de os cientistas se preocuparem com o meio ambiente as secas já danificavam economias e arrasavam populações. Os dramas mais recentes, desnudados pela facilidade das comunicações, ganharam viés ecológico, impressionando a opinião pública. Mas, cientificamente, ninguém garante os motivos que levaram a Austrália a ver sua competitiva agropecuária decaída por uma década de atípica de chuvas no início deste século. Na Califórnia (EUA), atormentada pelo terceiro ano seguido extremamente seco, o fenômeno continua sem explicação.
Pouco importa descobrir culpados, sejam humanos ou celestes. Em face do crescimento populacional e do consumo crescente, é imperativo investir seguidamente na proteção dos recursos hídricos, elevando a capacidade de "produção" e armazenamento de água. No curto prazo, com a ameaça de a torneira secar, resta somente uma alternativa: combater desperdícios, reduzir o gasto do precioso líquido. Nessa hora, desgraçadamente, se descobre que nossa cultura beira o esbanjamento, não o racionamento. É terrível.
Noutro dia, deparando com o zelador do prédio vizinho ao meu lavando a calçada com mangueira, tive a ousadia de interpelá-lo: "Vamos economizar água, meu amigo!" Tomei como resposta um xingo irônico: "Quem vai pagar a conta é você?". O incauto não tinha a menor ideia da gravidade da situação de nossos mananciais.
Desperdiçar água simboliza o passado. O Amazonas e os demais grandes rios brasileiros sempre transmitiram uma noção equivocada de fartura do precioso líquido, criando entre nós a impressão de ser a água um bem infinito. Essa incompreensão só se conserta com educação ambiental. É nos bancos da escola que se descobre que apenas 2,7% de toda a água existente na Terra é doce e que os rios e lagos respondem por ínfimos 0,3% dessa quantidade.
As crianças, educadas com novas atitudes, sabem que economizar água significa civilidade. Por isso não lavam calçadas.
*Xico Graziano é agrônomo e foi secretário de Agricultura e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail: xicograziano@terra.com.br.